Sinopse:
Estamos em pleno século 21 e, mesmo com todo o progresso e os avanços sociais, os reflexos de anos de segregação racial e trabalho escravo se fazem notar. Estamos em pleno sistema democrático e o racismo persiste como realidade. Os anos não conseguiram extirpar as raízes de séculos de exploração. As desigualdades são diárias, as humilhações são chagas recorrentes. Passado mais de 100 anos da lei assinada pela Princesa Isabel pondo fim à escravidão no Brasil, e a cor da pele ainda é fator relevante em questões como educação, trabalho, habitação e concentração de riquezas.
Originalmente inserido na obra Os Escravos, publicada anos depois da morte de Castro Alves, "O Navio Negreiro" é um clássico que sobrevive ao tempo e que nos leva a refletir sobre a formação desta grande - e desigual nação - que é o Brasil.
Outro grande poema abolicionista de Castro Alves. Retrata a crueldade a que eram submetidos os escravos na travessia atlântica. Ricamente ilustrado. Apresentação de Nei Lopes.
Prêmios e edições especiais: SME - RJ | 2017
Temas:
África, Navio negreiro, escravidão
Gênero:
Poesia
Literatura:
Infantojuvenil
Autor:
Castro Alves
Ilustrações:
André Côrtes
Páginas:
48
Acabamento:
Brochura
ISBN:
978-85-63877-47-5
Ano de Edição:
2012
Idioma:
Português
Produto Digital:
Não
Dimensões:
18 x 23 cm
Editora:
Escrita fina
Autor:
Castro Alves
O poeta Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na fazenda Cabaceiras, próxima a Curralinho
? hoje cidade Castro Alves ?, na Bahia, em 14 de março de 1847. Foi ele a figura literária mais expressiva do condoreirismo, a terceira fase do romantismo nacional, cujo foco eram as causas sociais, principalmente a abolicionista e a republicana.
Filho do médico Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro, falecida quando o escritor tinha 12 anos, Castro Alves mostrou-se desde criança apaixonado por poesia. Em 1854, transferiu-se com a família para Salvador, onde, em 1858, passou a estudar no Ginásio Baiano, escola em que declamou suas primeiras poesias.
Seu pai casou-se novamente em 1862, e ele e seu irmão mais velho, José Antônio, nessa ocasião, se mudaram para Recife.
No ano seguinte, contraiu tuberculose e sofreu sua primeira hemoptise.
Em 1864, mais uma perda: seu irmão mais velho, José Antônio, se suicidou.
Por outro lado, uma alegria: depois de duas tentativas fracassadas, conseguiu se matricular na
Faculdade de Direito, em Recife. Mas sua vocação maior para os versos e os amores fez com que se descuidasse dos estudos.
Em 1866, foi a vez de o pai do poeta falecer. Pouco depois, Castro Alves conheceu aquela que se tornou o grande amor de sua vida: a atriz portuguesa Eugênia Câmara. Esse período de amor intenso foi também de intensa inspiração. Sua poesia se sobressaía, tendo ele composto nessa fase seus dois poemas abolicionistas mais belos: ?O Navio Negreiro? e ?Vozes d?África?; aquele escrito no dia 18 de abril de 1868 e este em 11 de junho de 1868, ambos em São Paulo. Alcançou com seus dotes de poeta e orador enorme popularidade.
Também nessa época, precisamente, em maio de 1867, concluiu o drama Gonzaga, encenado
por Eugênia Câmara em setembro do mesmo ano.
Em 1868, houve o término de sua relação com Eugênia Câmara, o que muito o abateu, mas não o impediu de continuar criando. Em 1870, publica o título Espumas flutuantes, único livro a lançar em vida.
Ainda em 1868, um tiro acidental em seu calcanhar, durante uma caçada, ocasionou a amputação, a frio, de seu pé esquerdo. Esse episódio debilitou significativamente sua saúde, provocando o agravamento da tuberculose, e acabou por vitimar o ?Poeta dos Escravos? no dia 6 de julho de 1871, em Salvador, na Bahia, com apenas 24 anos. Castro Alves é o patrono da cadeira no 7 da Academia Brasileira de Letras.